Diante das atuações e resultados da Seleção Brasileira, é claramente perceptível que o momento não é favorável. Atuações muito aquém do que esperávamos, apatia total, e pior, contra times modestos. A eliminação na Copa América parecia premeditada. Aqueles jogadores, muitos deles garotos que sentiram o peso de representar o Brasil, não tinham o ímpeto e o amor necessário para vestir o manto dourado e fracassaram de uma forma um tanto dolorosa, não só para eles ou para Mano Menezes, mas também para outros 190 milhões de corações que pulsavam ao mesmo tempo e no mesmo ritmo. Foram quatros cobranças de pênalti que culminaram numa noite que os brasileiros riscarão de seus calendários e de sua memória.
Após a eliminação na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, e a demissão de Dunga, a proposta de renovação foi clara, mas a única mudança que se viu até agora foi a introdução daquela faixa verde ridícula, para não dizer uma barbaridade, no uniforme e a aparição de novos nomes e muitos garotos. Só que a postura de alguns jogadores e o estilo de jogo parecem ser os mesmos.
Tudo bem que o povo brasileiro é mal-acostumado quando se trata de futebol, afinal os mais velhos viram o Brasil erguer o glorioso troféu Jules Rimet por três vezes e jogadores antológicos vestindo a amarelinha, tais como Pelé, Garrincha e Tostão. Já os mais novos, viram a seleção conquistar o planeta mais duas vezes com um futebol que enchia os olhos dos espectadores e monstros do futebol moderno atuando, como Romário, Ronaldo e Rivaldo. Com isso, a necessidade do resultado positivo tornou-se uma obsessão e qualquer deslize já é motivo pra cornetear, xingar e espernear. Confesso que, assistindo ao jogo, ao ver a finalização do Ganso e uma defesa espetacular do goleiro Villar, chutei o pufe com tal raiva que ele só não foi mais longe porque minha casa tem pouco espaço.
O que vemos são muitos jogadores descompromissados e uma torcida impaciente e irritada clamando pela volta de tempos vitoriosos. A verdade é que estão todos precisando de um puxão de orelha, afinal, quem veste a amarelinha tem o dever de se esforçar, porém, mesmo com o maior dos esforços, nem sempre é possível ter o que se quer.